sábado, 25 de agosto de 2012

Um Projeto Real e Viável para o Metrô do Rio

Cariocas e Fluminenses,
Sem devaneios, nem projetos criativos, nem tentar desenhar um mapa com o Metrô ideal para o Rio de Janeiro, decidi escrever este texto a convite de Andréa Redondo para ajudar a todos a clarear as ideias de um Metrô para a cidade, que pode não ser o ideal, mas que seria de bom tamanho e muito melhor do que o que temos hoje.

A LINHA 1:
A Linha 1 de hoje é a antiga Linha Prioritária. Ela foi desenhada pela primeira vez nos anos 60 e seu trajeto começaria na Estação Uruguai e terminaria na Estação Praça Nossa Senhora da Paz.

Linhas 1, 2 e 4
É curioso vermos que nenhuma destas estações finais ficou pronta até hoje. É importante vermos que a cidade cresceu, as técnicas de engenharia e informática se modernizaram e a Linha Prioritária ganhou novos contornos ao longo do tempo e foi modificada. Por exemplo, Copacabana teria cinco estações de Metrô (as estações Rainha Elizabeth e Constante Ramos foram cortadas), mas ficou apenas com três.
Como deveria ser a
Estação uruguai
Hoje, especialistas e usuários comuns do Metrô defendem a Linha 1 Circular, que encurtaria as distâncias entre as Zonas Norte, Sul e Central da cidade, além de distribuir o fluxo de passageiros de maneira muito mais eficiente entre as outras linhas. Esta linha 1 não teria estação inicial, nem terminal, afinal, seria circular.
A grande obra necessária para essa linha se tornar realidade é a ligação entre a Estação Uruguai, em construção na Tijuca, e a Estação Gávea, através de um túnel. Este túnel seria construído por baixo do maciço da Tijuca e ligaria as Zonas Norte e Sul da cidade, sem a necessidade de o passageiro passar por dezenas de estações até chegar ao seu destino final.

Terreno onde deveria ter sido construída a
Estação Morro de São João: Rua Ávaro Ramos,
Botafogo, próximo ao Shopping Rio-Sul
Para a Linha 1 se tornar eficiente, além das estações já existentes, é preciso concluir a Estação Morro de São João, em Botafogo, e as Estações Uruguai, Gávea, Praça Antero de Quental, Jardim de Alah e Praça Nossa Senhora da Paz.

A LINHA 2:

A Linha 2 foi projetada nos anos 70 e tampouco foi concluída. Seu trajeto original ligaria a Pavuna à Carioca. Assim, como no caso da Linha 1, hoje muitos defendem que a Linha 2 termine na Praça XV, para atender ao público das barcas (que vem de Paquetá, Niterói, Ilha do Governador e, quem sabe no futuro, de São Gonçalo).

 Uma vez que o trecho Centro seja concluído, a Linha 2 deveria ir além da Pavuna, até Belford Roxo. Há um projeto para que a Linha 2 ganhe as estações Vila Rosali, Agostinho Porto, Coelho da Rocha e Belford Roxo. A Linha 2 passaria a ser intermunicipal, pois alcançaria os municípios de São João de Meriti e Belford Roxo.

A Linha 2 ideal
Um dos grandes problemas do metrô do Rio de Janeiro é a não conclusão sequer do projeto original da Linha 2. Hoje, sua estação terminal é a Estácio. Mas a Estação Estácio é pequena e não foi projetada para ser uma estação terminal.

Muitos não sabem mas a Linha 2 deveria ter ainda as estações Catumbi, Praça da Cruz Vermelha e Carioca. A plataforma para receber os trens da Linha 2  na Carioca foi construída nos anos 70 e 80 mas nunca foi aberta ao público porque o metrô nunca chegou lá.

Diversos governadores já passaram pelo poder do Rio, mas não concluíram a obra, que é sempre tema de debate nas campanhas eleitorais – na última o candidato Gabeira defendeu a conclusão da obra. Sabe-se que cerca de 80 metros de túnel foram escavados entre Estácio e Catumbi e que as fundações da estação Cruz Vermelha também foram feitas. É preciso retomar o projeto.
Jornal O Globo - Plataforma
da Linha 2 fechada na
Estação Carioca, Centro

A Linha 1A construída pelo Governador Sérgio Cabral é uma gambiarra que juntou as linhas 1 e 2 numa só e não levou o metrô ao Catumbi e à Lapa (Praça Cruz Vermelha). Isso sem falar que a plataforma na Carioca continua abandonada.

Além disso, os trens perderam vagões e esta junção de linhas está sujeita à falha humana, pois o controlador tem que esperar um trem da linha 1 passar para autorizar a entrada do trem da Linha 2 na linha 1, e vice-versa.

A LINHA 3:
Projetada nos anos 80, a Linha 3 começaria no município de Visconde de Itaboraí, passaria por São Gonçalo, Niterói e terminaria no Rio de Janeiro, através de um túnel sob a Baía de Guanabara. O projeto visa desafogar o trânsito entre São Gonçalo e Niterói, melhorar o acesso à COMPERJ, desafogar as barcas e desafogar a Ponte Rio-Niterói.

Lotes Linha 3
De acordo com as últimas notícias, apenas o trecho entre São Gonçalo e Niterói será construído. Serão catorze estações: Estação Praça Araribóia, Estação Jansen de Mello, Estação Barreto, Estação Neves, Estação Vila Laje, Paraíso, Estação Parada 40, Estação Zé Garoto, Estação Mauá, Estação Antonina, Estação Trindade, Estação Alcântara, Estação Jardim Catarina e Estação Guaxindiba.


O segundo trecho entre a Estação Guaxindiba e a Estação Visconde de Itaboraí, via Estação Itambi deverá ser feito na sequência até 2020.
A grande questão da Linha 3 é a ligação com a Estação Carioca, no Rio de Janeiro.
O Governador Sérgio Cabral, impopular com sua política de transportes, contratou o escritório de arquitetura do renomado Oscar Niemeyer para desenhar uma estação multimodal em Niterói. A Estação Praça Araribóia seria um terminal rodoviário, metroviário e de barcas, mas da forma que ela foi desenhada, impediria uma futura ligação metroviária com o Rio de Janeiro. Isso porque sua construção seria muito próxima da Baía de Guanabara e o metrô chegaria num elevado. Para atravessar a baía, o túnel do Metrô precisa ficar pelo menos 15 metros sob a água. Ou seja, não há distância para o trem do metrô descer e chegar a esta profundidade antes das águas da baía.
É preciso manifestar-se e exigir que o governador altere o projeto.
Ligações subaquáticas são muito comuns: o trem que liga a França ao Reino Unido; Metrôs de Londres, Paris, Moscou, Nova Iorque cortam rios e mares, etc. No blog metrodorio.blogspot.com.br há um vídeo do projeto da ligação Rio – Niterói por metrô, feito em 2002 pela então governadora Rosinha Garotinho. É interessante ver as técnicas de engenharia do projeto. O link para o vídeo é:

A LINHA 4:
O projeto da Linha 4 também foi desenhado nos anos 80. O projeto original previa a Linha 4 começando na Estação Carioca e chegando à Estação Alvorada.

Em 1997, um trecho da Linha 4 foi licitado. O trecho licitado previa apenas o trajeto entre a Estação Morro de São João e a Estação Jardim Oceânico. O projeto previa estações no Largo dos Leões, Humaitá, Gávea, São Conrado.
Por conta das Olimpíadas de 2016, o Governador Sérgio Cabral decidiu tirar a Linha 4 do papel. Misteriosamente, ele alterou o projeto da Linha 4 e não respeitou o que foi licitado. A Linha 4 começa agora em Ipanema e vai até o Jardim Oceânico. Ou seja, a Linha 4, passou a ser a extensão da Linha 1. A Linha 4 modificada mata não apenas seu trajeto original, como também mata o projeto da Linha 1 circular.
Ela é terrível para o futuro metroviário da cidade.
Não há nada que defenda o que o governador está fazendo. Seu projeto não é mais eficiente, não é mais barato, não é mais rápido, não vai facilitar, não vai trazer nenhuma vantagem.
DESAPROPRIAÇÃO IPANEMA
Já com suas obras em andamento, o carioca descobriu duas aberrações: a Estação Gávea, defendida para ter dois níveis (um para a Linha 1 e outro para a Linha 4) sequer será construída; e a Estação General Osório que terá uma baldeação em si mesma. Explico: a Estação General Osório, construída por Sérgio Cabral foi construída erradamente. Ela deveria ter sido feita sob a praça homônima, mas ela é em Copacabana e apenas as saídas são em Ipanema. É por isso que o usuário anda bastante ao desembarcar na estação. O governo teve medo de desapropriar um prédio de classe média (mesmo que temporariamente) para que a estação fosse construída no lugar correto.

Pior: para esta ligação com a Barra da Tijuca, o usuário terá que desembarcar em General Osório e fazer uma baldeação para seguir em linha reta através de Ipanema, Leblon, São Conrado e Jardim Oceânico. Um absurdo! Tudo por causa de uma centena de apartamentos.

Outro ponto é que a Linha 4 não deveria acabar no Jardim Oceânico. Ela precisa chegar até o Terminal Rodoviário da Alvorada passando por diversos shoppings e recolhendo os passageiros que vêm da Zona Oeste. Se você mora longe da estação de Metrô, vai continuar usando outro meio de transporte para chegar ao trabalho. Isso acontece em qualquer lugar do mundo. Por isso, as redes metroviárias das grandes cidades são enormes.
Movimento Metrô que o Rio Precisa
Destas aberrações do atual governo nasceu o Movimento Linha 4 Metrô que o Rio Precisa, que luta pela Estação Gávea em dois níveis e pelo traçado original da Linha 4.

CONCLUSÃO:
Linha 6
Poderia me alongar neste texto falando sobre o metrô do Pan, que não foi feito, o metrô para os aeroportos, o metrô para Icaraí, e as Linhas 5 (o metrô do Pan que sairia da Ilha do Governador, passaria pelo Aeroporto Internacional, UFRJ, Rodoviária, Aeroporto Santos Dumont e chegaria à Estação Carioca) e 6 (Linha 6 - do Aeroporto Internacional ao Terminal Rodoviário através dos bairros da Leopoldina e da Zona Oeste) que viraram corredores de ônibus.

Mas vou ficar apenas nas quatro linhas que há alguma intenção de serem construídas no momento.

Não seria ainda o ideal, mas já seria bem melhor do que temos hoje.

Rio de Janeiro, 25 de junho de 2012.

*Miguel Gonzalez, jornalista e editor do blog www.metrodorio.blogspot.com.br

Texto original publicado em: 
http://www.urbecarioca.blogspot.com.br/2012/06/um-projeto-real-e-viavel-para-o-metro.html

sábado, 18 de agosto de 2012

Metrô Chegou ao Aeroporto

Não, não é aqui. Tampouco é em São Paulo. O metrô chegou ao Aeroporto Internacional de Lisboa, na capital de Portugal. Já havíamos noticiado em 2009 o andamento das obras (http://metrodorio.blogspot.com.br/2009/11/lisboa-metro-rumo-ao-aeroporto.html) que agora foram concluídas.

Ao todo, o governo português investiu 218 milhões de Euros na obra. A previsão de público neste novo trecho, que inclui as estações Encarnação e Moscavide é de 400 mil pessoas por dia.

A população lisboeta está bem satisfeita com a obra e a nova possibilidade de locomoção na cidade. Foram cinco anos e meio de espera e transtornos com a obra.

O Metrô de Lisboa tem agora 55 estações e 43 quilômetros de malha. E vai crescer. Está em curso o prolongamento da Linha Azul com a construção da Estação Reboleira. Há estudos prontos de novas expansões aguardando verba governamental para começarem as construções.

sábado, 11 de agosto de 2012

Testes de Madrugada

Em Julho, os trens chineses foram testados nas estações de toda a rede metroviária da cidade. A concessionária Metrô Rio rebateu críticas do Ministério Pública e denúncias da imprensa dizendo que as estações que passaram por reformas foram para padronizar a distância entre o trem e a plataforma. Agora, segundo Joubert Flores, diretor de engenharia do Metrô Rio, o vão será sempre de nove centímetros.

Já se sabe que os vagões balançarão mais do que os dos trens antigos. Isto se deve ao fato que os antigos têm motores e os trens novos não têm. Nos trens chineses, apenas a locomotiva é responsável por puxar toda a composição.

Foto: Marcelo Piu (O Globo).

sábado, 4 de agosto de 2012

Destruíram o Chafariz da Estação Carioca

Essa destruição já faz algum tempo e não noticiei na época. Esta obra mostra as verdadeiras intenções da concessionária Metrô Rio. Ela pode fazer o que quiser com o nosso sistema de metrô. Em vez de terminar a Linha 2, ela optou por acabar com lindo chafariz que refrescava bastante em dias de calor.

A Estação Carioca foi projetada pelos arquitetos Sabino Barroso, Jayme Zettel e José Leal. A Estação Carioca é a maior da rede metroviária fluminense e foi construída com duas plataformas, uma para a Linha 1 (em uso) e outra para a Linha 2 (escondida do público).