segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Estudo para o MPRJ Sugere Obras nas Linhas 1 e 2

O Ministério Público Estadual encomendou um estudo à Ambiental Gateway para analisar o atual sistema metroviário do Rio de Janeiro, quanto aos seus aspectos físico e operacional. O parecer do documento é um suporte ao inquérito civil do MPRJ em relação as obras em curso da Linha 4. Para tal estudo foram consideradas as Linhas 1, 1A, 2 e 4 e a atual política metroviária que optou por construir a Linha 1A em vez de terminhar a Linha 2 e a de construir a Linha 4 como extensão da Linha 1.

O estudo começa ilustrando como deveria funcionar o projeto original do metrô. A Linha 1 e a Linha 2 teriam uma capacidade de transportar 72 mil passageiros por hora. 

No entanto, a capacidade metroviária de transportar passageiros caiu quando a Linha 2 foi substituída pela Linha 1A. Não foi apenas isso. O tempo de espera dos passageiros aumentou, pois na bifurcação entre as linhas, após a Estação Central, uma composição deve aguardar a seguinte para entrar na Linha 1.

A segunda parte do estudo descreve a escolha por construir a Linha 4 como extensão da Linha 1, em vez de construir a Linha 4 original e independente. A situação criada pela Linha 1A tende a piorar e vai impactar a Linha 4, que nada mais é que a Linha 1 já impactada pela junção das linhas. A concessionária Metrô Rio, que cuida apenas da operação metroviária e não da obra de futuras extensões e linhas, ainda não definiu oficialmente como funcionará o metrô uma vez que a Linha 4 for implantada. Mas fato é que a Estação Gávea terá duas estações, assim como a Estação General Osório, e que haverá uma linha ligando diretamente a Estação Antero de Quental à Estação São Conrado, sem passar pela Estação Gávea. Ou seja, teremos a Linha 4A e a Linha 4B. Aliás, já se levou em consideração o X provocado pela Estação General Osório e Estação General Osório 2.

Análise do Sistema Metroviário do Rio de Janeiro:
O único trecho do sistema metroviário do Rio de Janeiro que ainda não operará saturado nos horários de pico a partir de 2016 será o trecho entre a Estação General Osório e a Estação Central. Mesmo assim, este trecho estará operando com taxa de ocupação no limite de conforto, com tendência de agravamento nos anos seguintes, caso nada seja feito.

É possível afirmar que a Linha 4 vai ampliar a área de atendimento do sistema metroviário do Rio de Janeiro sem, no entanto, ampliar a capacidade do sistema, ou apresenta-se limitado devido às alterações do projeto original (leia-se Linha 1A).

Análise dos Projetos de Expansão do Metroviário do Rio de Janeiro:

A partir da análise mostrada no quadro ao lado, apenas três dos novo projetos metroviários considerados no PDTU ampliam a capacidade operacional do sistema de metroviário: fechamento da Linha 1, Linha 2 até a Praça XV e Linha 4 Alvorada - Praça XV, sendo que o fechamento da Linha 1 não amplia a área de atendimento do sistema, isto é, não captura nova demanda.

Depois desta análise, especialistas definiram cinco critérios para avaliação para definição da primeira versão da rede futura (2021) metropolitana. A saber: financeiro; evita sobreposição excessiva de oferta; potencial de demanda; consolidação de rede radialtransversal; e impactos sociais, ambientais e econômicos.

Dos 17 projetos selecionados para compor a Rede Futura (2021), seis são metroviários, sendo que os três prioritários coincidem com a análise anterior.

Diante de todo o exposto, verificou-se que o "fechamento da Linha 1 Uruguai-Gávea", a "Linha 2B, Estácio - Praça XV" e Linha 4B, Alvorada - Praça XV" são os projetos metroviários considerados como prioritários no PDTU e que também foram identificados na análise apresentada neste Parecer Técnico, como aqueles que podem ser adotados como medida mitigadora/compensatória dos impactos sistêmicos do início da operação da Linha 4 do metrô.

É importante ressaltar que a combinação do fechamento da Linha 1 e levar a Linha 2 até a Praça XV elimina a limitação da capacidade operacional do sistema metroviário da cidade gerada pela implantação da Linha 1A e consolidada com a implantação da Linha 4. Assim, a implantação combinada destes dois projetos permitirá que o sistema atinja novamente a capacidade operacional de 72 mil passageiros por hora.

A conclusão do trecho Uruguai-Gávea da Linha 1, isoladamente, apresenta como principal vantagem, a possibilidade de dobrar a capacidade operacional da Linha 1, desde que operada independentemente das Linhas 1A e 4, a um custo de implantação relativamente baixo se comparado ao custo de implantação dos outros projetos metroviários considerados como prioritários. Nesse contexto, a Linha 1 seria transformada em circular, permitindo que o usuário escolha o sentido que prefere seguir (norte ou sul) para alcançar qualquer estação servida pela Linha 1. Assim, a Linha 1 seria capaz de absorver a demanda adicional proveniente das Linhas 2 e 4, com transbordo na Estação Gávea (Linha 4) e na Estação Estácio (Linha 2).

, desde que reduzido o headway para 90 segundos, e conseqüentemente, aumentada a frota em operação.

A implatanção da "Linha 2B, Estácio - Praça XV", por si só, também viabiliza a ampliação da capacidade operacional do sistema e, embora amplie a área de atendimento do metrô, não deverá capturar nova demanda de forma expressiva, já que corta a área central - principal destino das viagens nos horários de pico. A implatanção desse projeto deverá permitir que mais passageiros com origem na Zona Norte acessem a área central sem necessidade de transbordo e, possivelmente com maior conforto.

A implantação da "Linha 4B, Alvorada - Praça XV", por sua vez, possibilita apenas a ampliação da capacidade operacional da Linha 4, que poderia atingir 72.000 passageiros por hora, porém não possibilita a ampliação da capacidade operacional das demais linhas do sistema metroviário (linhas 1 e 1A), que permacerão com a sua capacidade operacional limitada a 54.000 passageiros por hora no trecho compartilhado (entre as estações Central e Botafogo) e 27.000 passageiros por hora nos trechos não compartilhados.

Conclui-se, portanto, que o "fechalemtno da Linha 1, Uruguai - Gávea" e a implatançaõ da "Linha 2B, Estácio - Praça XV" são os projetos metroviários avaliados no PDTU que deverão mitigar os impactos sistêmicos gerados pela implantação das Linhas 1A e 4 e, conseqüentemente, garantir a eficiência operacional no médio e longo prazo, sendo certo que a implantação combinada desses projetos deverá potencializar e maximizar os impactos positivos de cada um isoladamente no sistema metroviário do Rio de Janeiro.

Nesse contexto, a implatançaõ da "Linha 4B, Alvorada - Praça XV" seria o terceiro projeto metroviário na ordem de prioridade, seguido pelos demais projetos indicados no PDTU para compor a Rede Básica (2021).

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Túnel Uruguai - Gávea

O urbanista grego Constantino Doxiadis foi contratado pelo Governador Carlos Lacerda nos anos 60 pare reformular as principais avenidas da cidade e os acessos à cidade do Rio de Janeiro. Seu projeto consistia de seis grandes auto-pistas chamadas de Vermelha, Azul, Marrom, Verde, Amarela e Lilás.

Mais de cinqüenta anos depois, apenas as linhas Amarela e Vermelha foram tiradas do papel - e mesmo assim somente na década de 1990.

A Linha Verde deveria ligar a Rodovia Presidente Dutra ao bairro da Gávea. Neste trajeto, ela passaria por Vila Isabel e Tijuca. Por incrível que pareça, parte da estrutura fundamental para que esta Linha Verde fosse criada foi feita: a Avenida Martin Luther King e o Túnel Noel Rosa foram construídos. A terceira obra fundamental seria exatamente a ligação entre Uruguai e Gávea pelo chamado "Túnel da Rua Uruguai".

Por que esta obra não foi feita? Algumas hipóteses são a inauguração do Túnel Rebouças ligando a Tijuca à Zona Sul já facilitaria o acesso entre as zonas norte e sul; o Governo já tinha gasto bastante dinheiro e energia com a obra do Tùnel Rebouças; e finalmente o custo que seria desapropriar imóveis de alto padrão na Gávea, Jardim Botânico e Alto da Rua Uruguai.

Em 1982, o Governo do Estado desengavetou o projeto do Túnel da Rua Uruguai mas desta vez ele seria metroviário. A Estação Uruguai original ficaria onde existia o Colégio Batista Brasileiro (hoje Universidade Cândido Mendes) e estaria ligada à Estação Praça Antero de Quental, no Leblon.

Em 1995, o metrô voltou a ser pauta do túnel da Rua Uruguai: a Câmara Comunitária da Barra defendia o projeto "Barra Metrô 2000" e a ligação com a Estação Uruguai viria da Estação Gávea.

A construção do túnel continua a ser especulada. A Estação Gávea do metrô está sendo construída para receber duas linhas de metrô. Uma delas está apontada para a Estação Uruguai, hoje construída a cerca de 800 metros de sua localização original. É possível que a partir de 2016 este túnel comece a sair do papel.



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Começou Mal, como Prevíamos

Após matéria no O Globo "Para Cobrar de Pezão", no dia seguinte ele desmentiu diversas promessas feitas em campanha. Veja a lista no que se refere o transporte metroviário:

Linha 1: Declarou que apenas falou no projeto entre a Estação Uruguai, Estação Méier, Estação Engenhão e Estação Madureira.

Linha 2: Continua prometida mas não comentou sobre isso.

Linha 3: Só vai construir se a Presidente Dilma liberar verba federal.

Linha 4: Só vai construir o trecho Estação Jardim Oceânico - Estação Recreio dos Bandeirantes se a Prefeitura for parceira, o que já foi rechaçado pelo Prefeito Eduardo Paes.

Linha Gàvea-Carioca: Obra continua a ser a única prometida e com projeto conceitual publicado. É a prioridade do Governador.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Os Projetos de Pezão

Com 55% dos votos, Pezão (PMDB) foi reeleito Governador do Estado do Rio de Janeiro. Confira o que ele prometeu:

Linha 1: A partir da Estação Uruguai, a tripa da Linha 1 seria mais uma vez estendida com a construção da Estação Praça Sachet, Estação Grajaú, Estação Barão do Bom Retiro e Estação Méier. Trata-se de um desejo comercial da concessionária Metrô Rio que visa tirar público do sistema ferroviário. O projeto prevê ainda que a parada final seja a Estação Madureira após a Estação Engenhão. Os detalhes deste trecho não foram divulgados.

Linha 2: Talvez a obra mais fácil, rápida e barata mas é a quarta e última prioridade do Governador. Trata-se do projeto de terminar o Lote 29 com a construção da Estação Catumbi, Estação Praça da Cruz Vermelha, Estação Carioca e Estação Praça XV. A concessionária Metrô Rio passou a incentivar a obra ao longo deste ano quando todas as alternativas de melhorar o tráfego metroviário com a Linha 1A se esgotaram.

Linha 3: A obra da Linha 3 depende de verba do Governo Federal. O Governador vai conversar com a Presidente eleita para tratar do assunto. O trajeto seria o seguinte: Estação Praça Araribóia, Estação Jansen de Mello, Estação Barreto, Estação Vila Laje, Estação Paraíso, Estação Parada Quarenta, Estação Zé Garoto, Estação Mauá, Estação Antonina, Estação Nova Cidade, Estação Alcântara, Estação Jardim Catarina, Estação Guaxindiba, Estação Itambi, Estação Visconde de Itaboraí.

Linha 4: O Governador quer expandir o metrô na Zona Oeste. A idéia é levar o metrô da Estação Jardim Oceânico até a Estação Alvorada e a Estação Recreio dods Bandeirantes. Os detalhes das localizações das estações e o projeto conceitual não foram divulgados. O Governador já falou em fazer uma parceria com a Prefeitura para esta obra, projeto já descartado por Eduardo Paes que preferiu investir num corredor de ônibus BRT ligando o terminal Alvorada até a Estação Jardim Oceânico. É segunda prioridade do Pezão.

Linha Gàvea-Carioca: Agora chamada de Linha 5, será a obra prioritária do novo Governo. O projeto conceitual já foi publicado e uma licitação para o projeto detalhado está em andamento. As obras devem começar após os Jogos Olímpicos de 2016. O projeto seria Estação Gávea - Estação Jockey Club Brasileiro, Estação Jardim Botânico, Estação Humaitá, Estação Largo dos Leões, Estação Dona Marta, Estação Laranjeiras, Estação Santa Teresa e Estação Carioca.